terça-feira, 27 de julho de 2010

CAMINHADA DA LUA CHEIA

Posto 41, concentração

Binho dá as coordenadas
Na BR 116
Naloana e Gunnar
Ói, ói o trem...



Luan não resiste ao sono
Quem serão?


Era sábado e, como todo mundo sabe, sábado é dia de expectativas. No caso deste sábado, dia 24 de julho de 2010, não era apenas um dia de expectativa, mas sobretudo um dia de realização, pois aconteceria a caminhada da Lua cheia.
- Mas vocês vão fazer o quê? Caminhar pra que?
- É a expedição Donde Miras - disse eu ao amigo, não entendendo exatamente do que se tratava. É assim, juntamos um grupo de artistas e realizamos caminhadas culturais. A primeira foi em 2008 saindo do Campo Limpo, parando de cidade em cidade para realizar saraus com destino final em Curitiba!
- Não brinca. Fala a verdade!
- É sério - eu respondi. E outra vez fomos a pé também até Cananéia, depois Botucatu e a última foi até Paraty, no Rio.
- Por que a pé?
- Por que a relação com o tempo e o espaço é outra!
- Vai dizer que vocês também estudam física! Tempo e espaço? Ou geografia? (risos)
- Viver já pode ser um aprendizado. Vivemos. Vem nesse sábado que vai ter. Vamos juntos nesta caminhada da lua cheia que você vai entender. Nossas caminhadas costumam durar mais de 20 dias, mas neste sábado vamos fazer uma ida a um sítio em Itapecerica da Serra, apenas para reunir o grupo, caminhar 7 km a noite com a luz da lua iluminando o caminho, matar a saudade do caminho.

Como sempre eu estava atrasado e isso não é novidade. O Zinho ligou e disse que estava atrasado, também não é novidade, queria uma carona, na sequência ligou o Cleber, perguntou onde eu estava e disse que apesar de estar atrasado iria também. Pegamos o Gunnar, o único que não ligou atrasado e começamos a recolher este povo que ligou pedindo carona. No caminho, apesar de estarmos atrasados, descobrimos que o grupo ainda estava no ponto de encontro marcado e que aguardaria nossa chegada, como sempre atrasados. A saída estava agendada para acontecer no km 41 da Rodovia Regis Bitencourt, bairro Potuverá, às 22h00, porém chegamos uma hora e meia mais tarde. Morri de vergonha, pois nada mais, nada menos que 40 pessoas aguardavam nossa chegada e apenas para aliviar um pouco uma"Clariana", a Naloana chegou 10 minutos depois de nós. Ufa, já não somos mais os últimos.

Donde Miras é Donde Miras! Muitos conhecidos e pessoas que nunca havia visto na vida. Mas um dos principais objetivos do Donde Miras é justamente esse, conhecer as pessoas, tanto as que caminham quanto as que encontramos no caminho. Esse caminho era curto, como dito eram apenas 7 km, porém em uma estrada de terra sem iluminação pública.

Disse o Binho Drumond: "não nos afastemos muito, vamos de mão dadas".
Saímos e atravessamos a BR e do outro lado tiramos a primeira foto do grupo no meio da pista. EEEEEEEEE. Tira mais uma! Lá vem o caminhão. O flash não sai, o grupo permanece, o flash falha novamente, o caminhão se aproxima. CLIC!!!
O caminho era assim, a estrada de terra fazia várias curvas, subidas e decidas rodeadas de sítios e mata Atlântica. Ao contrário do que muitos pensaram a lua estava radiante e mais eficiente que qualquer iluminação artificial, sobretudo Linda e Radiante como só a lua cheia pode ser. Tudo perfeito, céu aberto, lua cheia, caminhada, Donde Miras.

No caminho o grupo fragmentava-se em pequenos subgrupos compostos espontâneamente por afinidades ou ritmo de caminhada, que também cria afinidades e ao mesmo tempo as pessoas que compunham cada pequeno amontoado caminhante alternavam-se entre si. Uma informação se espalhou: peguem lenha para a fogueira e após uma puta subida, de repente, não mais que de repente CHEGAMOS no sítio da Neuzinha, pessoa nobre ainda desconhecida da maioria, mas que em nome da relação e carinho com o Binho e a Suzi, abriu os portões de seu sítio para receber 40 fulanos caminhantes.

A caminha foi linda e o sítio era mágico, tudo muito encantadoramente simples. Bandeirinhas e balões compunham o cenário do sítio, tocava Roberto na vitrola. A Neuzinha nos aguardava com uma sopa, que se juntou a sopa que a Suzi fez e levou, mas que o povo nem esperou ficar quente para começar a comer. Maravilhosa, como sempre. Liga a fogueira, monta barraca, dá um gole do vinho, um pega, um violão, uma roda, muitas canções. A euforia era o tempero do astral da noite e cada minuto era único e tinha que ser saboreado como exatamente isso.

Tizzz, tizzz, tizz, tiz... um som tão comum de colchões de ar respirando, para que em menos de 8 horas fossem esvaziados em apenas alguns segundos. Madrugada, toca outra música, papos, risos, põe mais lenha na fogueira, já tá amanhecendo, vou esperar o nascer. E assim ou assado foram batatas embrulhadas no papel alumínio na fogueira. Sol, sou, céu, seu, cedo, dia. Quem é Donde Miras faz BARULHO!!!!!! Caralho Nono, seu palhaço, que saudade!

Voltamos domingo cansados e felizes, muito felizes!!! Beijuus e tapiócas Binho

Gil Marçal

3 comentários:

Ana Estrella Vargas disse...

PQP!!!!
Que delícia!!!
Que SAUDADE!!!!
Precisando tanto disso, inda não acredito que não fui!
Mas deu pra sentir um pouquinho lendo... brigada!!! :)
Beijos e muitos abraços apertados DONDE MIRAS!!!!!!!

disse...

Que delícia de texto!
Em algum lugar eu li uma vez :"No livro dorme quieta a palavra, pelo olhar ela desperta"
Esta leitura foi assim!! Pude sentir o ritmo do caminhar, o cheiro do mato , o calor fogueira...
A verdade é que ainda que eu tenha caminhado uma única vez e as outras fico de espreita ao longe acompanhando o movimento, a verdade é que caminhar vicia, Donde Miras é bom demais para esquecer.
Paz e luz aos caminhantes sempre!
Neide ( prima )

Flávia D'Álima disse...

Ai caramba! Q lindo e q invejinha, qdo é q conseguirei caminhar tb heim!!!
Esperemos

Sarau do Binho